Para evitar a extinção, os CIOs têm de passar de uma orientação centrada em tecnologia para uma voltada a processos de negócio.
Por Michael Hammer
Os desafios que os CIOs colocaram no topo de suas agendas na década de 80 — alinhamento de TI com o negócio, parceria com gerentes operacionais e planejamento estratégico eficaz, por exemplo — são os mesmos que eles consideram mais intratáveis hoje. E suficientes para causar desespero. Os CIOs ainda têm de lidar com o outsourcing, um problema que apenas começava a surgir duas décadas atrás, e ainda com a ampla oferta de software empacotado e a auto-suficiência crescente de usuários finais em tecnologia. Estes líderes de tecnologia, encarregados de toda a área de TI, estão sob pressão como nunca antes.
A má notícia é que esta é uma tendência. Os CIOs que insistirem no modelo clássico da organização de tecnologia estarão fadados à extinção. Na melhor das hipóteses, vão desempenhar um papel marginal em suas empresas. A boa notícia é que os CIOs e suas equipes têm novas oportunidades para dar contribuições ainda maiores às suas organizações.
Para usufruir destas oportunidades, será necessário repensar a própria natureza da organização de TI. Em essência, TI tem de passar de uma orientação centrada em tecnologia para uma orientação centrada em processos de negócio.
Embora o termo “processo” seja amplamente utilizado mas mal- interpretado, na verdade é uma noção simples: refere-se ao número de seqüências de atividades multi-departamentais que geram todo o valor para o cliente. Recebimento de pedidos, procurement, desenvolvimento de produto, criação de demanda e suporte pós-venda são processos típicos. Estes processos não aparecem em nenhum ponto de um organograma convencional, que, no máximo, é uma representação do quadro de pessoal da empresa, não de seu trabalho. Mas os processos são muito reais e estão muito presentes em todas as corporações.